Cartaz: CES
3 de julho de 2025, 09h30-11h30
Sala 1, CES | Alta
Desde o início do século XXI, Moçambique tem apostado num modelo de desenvolvimento centrado no extrativismo, promovido como motor de crescimento económico. No entanto, este modelo tem provocado a apropriação e devastação dos territórios, afetando profundamente as comunidades locais, especialmente as mulheres rurais que dependem da terra para viver.
Apesar das promessas de bem-estar, os megaprojetos extrativos têm gerado desigualdade, usurpação de terras, deslocamentos forçados e degradação ambiental. As mulheres são desproporcionalmente afetadas, tornando-se mais vulneráveis à violência e à precarização das suas condições de vida.
Contudo, estas mesmas mulheres têm liderado resistências ao extrativismo em várias regiões de África, incluindo Moçambique, onde reivindicam outras formas de viver e de se relacionar com a terra. A resistência pode ser entendida a partir da criação de redes de apoio solidário dentro da comunidade, em que as estratégias de reciprocidade e redistribuição não-mercantil ganham relevo.
É neste contexto que se propõe uma conversa com Isabel Casimiro, referência nos estudos feministas moçambicanos, Teresa Cunha, com uma vasta experiência de trabalho com as mulheres, paz e economias feministas em Moçambique e tem estado recentemente no país, e Djamila Andrade, doutoranda no CES, cuja investigação analisa as resistências das mulheres ao projeto de extração de gás em Inhambane a partir de uma perspetiva ecofeminista..