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News & Events Declaração do Governo das Mulheres Mayangna da Nicarágua, sobre o NOVO MASSACRE contra originários do Território Mayangna Sauni – As, Cidade de Bonanza, no Triângulo Mineiro-Nicarágua.
Declaração do Governo das Mulheres Mayangna da Nicarágua, sobre o NOVO MASSACRE contra originários do Território Mayangna Sauni – As, Cidade de Bonanza, no Triângulo Mineiro-Nicarágua.
Declaração do Governo das Mulheres Mayangna da Nicarágua, sobre o NOVO MASSACRE contra originários do Território Mayangna Sauni – As, Cidade de Bonanza, no Triângulo Mineiro-Nicarágua.
Revista Amazonas
Revista Amazonas
O governo de mulheres Mayangna, Sumu-Mayangna «PANASANGWAS», pronuncia-se sobre o segundo massacre de múltiplos assassinatos e violência contra mulhere Mayangna ocorrido na área do KIWAKUMBAIH (Cerro del Diablo), em 23 de agosto de 2021, aproximadamente às nove horas da noite, cometido por USURPADORES mestiços do Pacífico e vendedores ilegais de terras Mayangna, cujas informações foram fornecidas por sobreviventes e testemunhas durante o massacre na área. 
 
NÓS NOS PRONUNCIAMOS
 
  1. Solidarizamo-nos com o povo Mayangna do Territorio Mayangna Sauni As e com as famílias enlutadas pela grande perda humana que foram vítimas de múltiplos assassinatos nos quais uma mulher Mayangna foi estuprada e outra mulher da etnia Miskita foi assassinada. 
  2. Lamentamos profundamente este novo ataque violento contra seres humanos originários Mayangna e Miskitus que estavam na área em busca de sobrevivência através de trabalho digno, dentro da atividade da mineira, que finalmente a área estava produzindo consideravelmente o precioso material áureo (ouro) e que para o dia, segunda-feira, 23 de agosto deste ano, por volta das 9 horas da noite, enquanto as vítimas realizavam seus trabalhos de mineração sem suspeitas, estavam cercadas por mais de 100 homens mestiços usurpadores bem armados, com violência verbal agressiva começaram a matar com armas de fogo, outros com armas brancas no corpo das vítimas e outros levaram a mulher Mayangna que trabalhava na mina com seu marido. A mulher Mayangna foi estuprada por mais de 20 homens, enquanto outros homens seguraram seu esposo para presenciar este crime atroz. Apos o estupro, ela presenciou o assassinato do seu marido. Outro grupo entrou no interior na mina, onde se extraia ouro e colocaram explosivos com as pessoas ali dentro. Ate o momento tem se contabilizado 18 corpos sem vida e presume-se que também haja vítimas de assassinatos dentro do túnel com a explosão de bombas ou dinamites, o que se acredita que o número de vítimas mortas seja superior a vinte (20) mortos. 
  3. Expressamos nossa grande preocupação porque desde 2012, o território Mayangna Sauni As tem sido vítima de usurpação por invasores e proprietários mestiços do Pacífico da Nicarágua, começando pela área da comunidade de BETLEHEM, PISPIS SAHNI, YAPU KITANG e WILU, onde a comunidade de BETLEHEM corre o risco de ser roubada, assim como a comunidade de WILU e a área de Suniwas, Kahkah sahni, setor da comunidade de Alal. Além disso, a venda ilegal de terras pelos membros Mayangna está fora de controle e cada um dos incidentes perpetrados no território Sauni As, tem sido relatado por múltiplos relatórios, documentações na qualidade de provas necessárias baseadas em todos os instrumentos legais, entretanto, os decretos presidenciais sobre a defesa da mãe terra, (decreto 15-2013), as penalidades para cada uma das denuncias apresentadas na rota correspondente e as investigações aprofundadas sobre cada caso têm sido ignoradas. Da mesma forma, existe uma demora da chegada da justiça em acusações já apresentadas formalmente nas casas da justiça. 
  4. Esta situação não só afeta os direitos à vida, integridade física e saúde do Povo Mayangna do território Mayangna Sauni As, mas também constitui um novo genocídio e uma nova ameaça à sobrevivência física, tradições culturais, cosmovisão e segurança cidadã dos e das Mayangnas, sem esquecer que este é o segundo massacre ocorrido dentro do território, primeiro no setor KAHKAH-COMUNIDAD DE ALAL, onde se perpetaram múltiplos assassinatos. 
  5. Solicitamos ao governo da Nicarágua, presidido pelo comandante DANIEL ORTEGA SAAVEDRA, e a companheira MURILLO e seus órgãos governamentais estabelecidos e indicados no decreto presidencial 15-2013, DEFENSE À MÃE TERRA, bem como os instrumentos legais internacionais aderidos e retificados pelo Estado nicaraguense, que exijam a administração objetiva da justiça de forma beligerante, como uma investigação completa sobre o massacre e condenação de todos os responsáveis pelo planejamento detalhado e execução do massacre no qual as vidas de pessoas inocentes foram tiradas. Exigimos JUSTIÇA para nossos jovens irmãos Mayangna que foram atrozmente assassinados e o estupro de nossa irmã Mulher Mayangna que é muito alheia aos interesses dos assassinos, usurpadores, latifundiários e vendedores ilegais das terras Mayangna. 
  6. Solicitamos a criação da PROCURADURIA DOS DIREITOS HUMANOS E TERRITORIAIS, a revisão e modificação do decreto 15-2013, a defesa da mãe terra, a criação de novas rotas de atenção fluida sobre a proteção da mãe terra e seus recursos naturais e a institucionalização do corpo de guardas-florestais voluntários dentro do território Mayangna Sauni As.
Licda. ARLEN JOHANA ORTIZ JACOBO
 
PRESIDENTA DO GOVERNO DE MULHERES MAYANGNA