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Bibliothèque A Mamba e o Dragão Relações Moçambique-China em Perspectiva

A Mamba e o Dragão Relações Moçambique-China em Perspectiva

A Mamba e o Dragão Relações Moçambique-China em Perspectiva

Resource information

Date of publication
Avril 2012
Resource Language
ISBN / Resource ID
978-989-8464-10-1
Pages
220

O crescente posicionamento da China, de mera aquiescência para um manifesto activismo, no que concerne os assuntos africanos está a transformar a dinâmica do sistema pós-colonial (Braütigam 2009, Alden 2007; Taylor 2006). Desde o  início do processo de reforma interna, iniciada em 1978, que a fé maoísta e o altruísmo revolucionário deram lugar a empreendedores comerciais e a defensores das formas de mercado capitalista, agindo conscientemente em interesse próprio. O surgimento da China como principal parceiro comercial do continente africano, e também seu principal alvo de investimento directo estrangeiro em 2009 – ultrapassando os Estados Unidos da América e Estadoschave da União Europeia, ainda em dificuldades no rescaldo da crise financeira global – concentrou as atenções nos objectivos e na actuação chinesa em África.1 O comércio bilateral cresceu exponencialmente, de aproximadamente 1000 milhões de dólares em 2000 para 155 mil milhões de dólares em 2010, e a principal instituição financeira sul-africana, Standard Bank, prevê um aumento para 300 mil milhões até 2015 (Fremantle & Stevens 2011). Sustentados pelas maiores reservas de divisas estrangeiras do mundo e pelo desejo de obter posições estratégicas de longo prazo nos mais relevantes mercados de recursos, os chineses estão a investir em sectores fundamentais por todo o continente, desde o sector da energia em Angola, no Sudão e no Uganda à exploração mineira na Zâmbia e na República Democrática do Congo. Não obstante as exportações africanas para a economia chinesa serem dominadas pelos recursos em mais de 80% do total em 2010, há evidências da existência de uma diversificação no comércio, embora se manifeste de forma mais acentuada no comércio bilateral com apenas alguns países. Por exemplo, as empresas de telecomunicações como a Huawei e a ZTE estão a penetrar cada vez mais neste importante mercado, enquanto as instituições financeiras chinesas têm vindo a assinar parcerias com bancos na África do Sul, na Nigéria e no Quénia. Além disso, o lançamento daconversão cambial chinesa reminbi em várias economias africanas importantes, como a Zâmbia, onde os negócios chineses e as comunidades imigrantes estão bem representados, sugere que o aprofundamento da integração destas economias é inevitável.

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