Fogo encontra o gelo: imagem de satélite mostra focos de incêndios florestais na Sibéria em julho de 2019
Na Amazônia, 2019 foi o ano com maior número de incêndios florestais desde 2010
África e Amazônia
Dados do Global Forest Watch Fires mostram que estão ocorrendo muitos incêndios na África, desde o Sudão do Sul à África Ocidental. Especialistas dizem que a alta densidade demográfico levou ao consumo cada vez mais intenso dos recursos naturais, significando que os ecossistemas têm cada vez menos tempo para se recuperar. E os incêndios também estão se tornando mais comuns.
"A principal razão para isso é o uso generalizado do cultivo itinerante", explicou Winter. "Proprietários de terra e agricultores usam o fogo para limpar seus campos, a fim de se livrar rapidamente da vegetação e tornar o solo fértil em curto prazo." Alguns desses incêndios podem sair do controle, levando a incêndios florestais de proporções maiores.
Em 2019 houve a maior incidência de incêndios na América do Sul em nove anos. Grandes áreas de floresta foram derrubadas para agricultura na Região Amazônica, e "isso não foram causas naturais", frisa Nullis.
"Os incêndios florestais no Brasil são politicamente motivados", observa Winter, "é claro que não podemos compará-los aos incêndios na África." Ele lembra que 30 anos atrás a Amazônia era tão úmida que incêndios como os vistos atualmente não seriam possíveis. No entanto a região está se tornando cada vez mais seca, devido ao desflorestamento crescente.
O desmatamento, as mudanças climáticas e o risco de incêndios florestais estão todos diretamente conectados. "O que ocorre aqui é um efeito de retroalimentação", explica Winter. "Mais desmatamento significa um aumento nas mudanças climáticas, o que aumenta as chances de a vegetação secar, o que, por sua vez, aumenta o risco de incêndios, e assim por diante."
E os incêndios incrementam a concentração dos gases-estuda na atmosfera. Segundo o Greenpeace, todos os anos cerca de 8 bilhões de toneladas de CO2 são liberadas por incêndios. Isso equivale a cerca da metade das emissões causadas pela queima de carvão em todo o mundo.
Os incêndios na Austrália já liberaram metade do volume de CO2 que o país produziria durante um ano típico. E as colunas de fumaça agora estão se espalhando pelo Pacífico, em direção à Argentina e ao Chile.