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News & Events Na comunidade de Jacaré as mulheres e suas famílias estão celebrando o direito conquistado de permanecer na terra onde vivem há mais de 50 anos.
Na comunidade de Jacaré as mulheres e suas famílias estão celebrando o direito conquistado de permanecer na terra onde vivem há mais de 50 anos.
Na comunidade de Jacaré as mulheres e suas famílias estão celebrando o direito conquistado de permanecer na terra onde vivem há mais de 50 anos.
Espaço Feminista
Espaço Feminista
Conheçam a pequena comunidade de Jacaré de Gonçalves Ferreira, em Caruaru, Brasil, onde um grupo de mulheres está celebrando sua vitória. 
 
Google Earth
Mapa de Localização do Sitio do Jacaré, Caruaru, Pernambuco. Fonte: Google Earth
 
Espaço Feminista
Comunidade Jacaré, Caruaru, Pernambuco. Foto: Espaço Feminista
 
A comunidade foi sendo construída há muitos anos atrás na terras que pertenciam à Rede Ferroviária Nordestina. Os trens já não passam pelos trilhos há mais de 20 anos e um grupo de famílias afirma que recebeu permissão da empresa para construir as suas casas nessas terras. “Ninguém nunca veio reclamar essas terras”, afirma Ana Clécia e adiciona “é a primeira vez que a gente recebe esse papel”. A jovem liderança está se referindo à ordem de despejo que todas e todos moradores receberam em Fevereiro de 2018, dando às famílias 15 dias para que fossem à justiça provar seu direito a permanecer na terra ou deixar as terra e suas casas.
 
Dona Maria do Carmo é conhecida como a moradora mais antiga da comunidade, ela afirma que mora na mesma casa (que nos mostra com muito orgulho) há mais de 55 anos, onde ela teve seus 7 filhos e ajudou a criar os mais de 15 netos e netas. Ela afirma que chegou em Jacaré quando ainda era uma criança e diz que é onde ela quer morrer. Ela nos diz que não vai  deixar sua terra e casa, e que vai lutar pelo seu direito. 
 
Polly Cavalcanti
Ana Clecia de Jacaré. Foto: Polly Cavalcanti, Espaço Feminista. 
 
A jovem Ana Clecia vai além e diz que não precisa ir a um juiz para provar que ela mora na sua casa, pois a testemunha que elas têm são elas próprias e as/os vizinhos. Ela relata que  algumas pessoas vieram à comunidade e disseram que tinha alguns terrenos para as famílias, caso concordassem com a ordem de despejo, mas nós não somos gogo (minhoca) para viver na terra. Adicionando eles querem derrubar nossas casas que construímos com o nosso próprio esforço para construir uma praça como parte de um projeto de condomínio para gente rica. Mas não é assim, vai ter luta e resistência, diz Ana Clécia. 
 
Em 2018, o Espaço Feminista realizou uma pesquisa sobre a posse e a segurança da terra relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis-ODSs. Em Caruaru,  a pesquisa foi realizada inclusive na comunidade de Jacaré. As respostas e a tensão das moradoras com a ordem de despejo chamou atenção o problema da insegurança da posse da terra.  Depois de algumas visitas à comunidade e a realização de grupos de discussão sobre a temática, o EF decidiu contratar um advogado especializado na área para defender o direito das famílias. Essa atividade faz parte do monitoramento realizado pelo EF que acompanha as situações relatadas em todas as áreas visitadas durante a pesquisa. Depois de 2 anos de tramitação, na última quinta-feira, dia 7 de Maio, o juiz do caso deu uma sentença em favor da permanência das 40 famílias. Na sentença a justiça reconheceu o direito das famílias de Jacaré a permanecerem na terra e nas casas onde moram há mais de 20 anos. 
 
A LUTA CONTINUA!