Nos meses de outubro e novembro de 2021, os olhos do mundo se voltaram para o encontro do G20 em Milão e a COP26 em Glasgow. Estes eventos, tal qual outras atividades, tiveram sua realização impactada pela pandemia de COVID-19 centraram grande parte de suas agendas à temática das mudanças climáticas e dos impactos de pandemias atuais e futuras. Nesses encontros sobressaem a frustração com as classes governantes, com a falta de compromisso efetivo e elaboração de metas e mecanismos para enfrentar a emergência climática e apatia destes frente aos problemas reais que a população humana enfrenta. Em contraposição, houve um protagonismo e ações propositivas promovidas pela juventude em conjunto com as populações tradicionais de vários pontos do globo. Chama ainda atenção uma nova forma de negociação e acordos que suplantam a interlocução Estado-Estado como única opção. O financiamento dos países mais pobres e uma nova regulação de um mercado verde também estavam presentes. Saímos da COP 26 com uma enorme interrogação de como serão as agendas e ações, mas com a certeza de que, seja ela qual for, deve ser multiescalar e envolver cooperação. Fica a pergunta de como mensurar adequadamente a situação atual e os gatilhos de piora ou políticas de mitigação dos efeitos danosos no cotidiano de todos os habitantes do planeta? Nesta seara de negociações diplomática, ações multilaterais e concordância na emergência climática encontramos uma miríade de questões relacionadas aos ataques e dificuldade de efetividade dos direitos dos povos originários à seu território e seu legado enquanto guardadores da biodiversidade e manutenção dos ecossistemas ao longo do globo. Nos vemos em uma complexificação nas trajetórias de vida da população mundial, em uma constante mobilidade populacional que excede fronteiras nacionais e internacionais, em uma ameaça de novas pandemias e emergências de saúde, no Antropoceno no qual não temos certeza de como será o amanhã. Por isso, este webinário, promovido pelo UNFPA e ABEP, no projeto "População: diversidades, direitos e desenvolvimento", pretende fazer um balanço de caminhos apontados na COP 26 e fora dela a partir da perspectiva de lideranças indígenas e da juventude brasileiras e atores da sociedade civil organizada que nos ajudaram a pensar o Brasil no Antropoceno e caminhos para a sustentabilidade.
Moderação:
Douglas Sathler - UFVJM
Palestrantes:
Samela Sateré - Indígena Sateré mawé, comunicadora e ativista ambiental
Cleiton Lucas Purificação - CONAQ
DATA: 14 de Dezembro de 2021
Assista a palestra aqui.