O Estado-nação nicaraguense: Imposição de governos paralelos e desrespeito à autonomia dos povos da costa do Caribe
Por APIAN – Aliança de Povos Indígenas e Afrodescendentes da Nicarágua
Lideranças Xucuru Kariri e Lideranças indígenas Xukuru-Kariri e Kamakã-Mongoió na entrada da Retomada Indígena, vigiada e controlada por Segurança Privada da mineradora Vale S/A. Município: Brumadinho, MG. Foto: Ricardo Pretor, em fevereiro de 2022.
O Centro de Assistência Legal aos Povos Indígenas (CALPI) recebeu hoje, 7 de fevereiro de 2022, uma reclamação de líderes e membros do Território Mayangna Sauni As - localizado na zona central da Reserva da Biosfera de Bosawás, na costa caribenha da Nicarágua - os quais estão em estado de alerta devido ao deslocamento de pelo menos 120 não-indígenas armados com armas de guerra na área Yapu Kitang (Salto Lagarto) local sagrado; os homens se mudaram da área do rio Pis Pis para a área do rio Waspuk, perto do no morro Kumapaitah, para ocupar violentamente a mina de ouro Sulun - atualmente o loc
Hoje, 7 de janeiro de 2022, 48 membros da comunidade de Sangnilaya entraram em plantações para verificar uma nova tentativa de ocupação violenta e ilegal. Por volta das 11h desta manhã, outro membro da comunidade, aproveitando a presença maciça de membros da comunidade para ir ver sua horta, relatou ter ouvido tiros de espingarda.
Indígenas apurinã em área incendiada na Terra Indígena Valparaíso, no Amazonas, ainda não demarcada
Imagem: Denisa Starbova
Por Bárbara Dias e Valéria Pereira Santos, especial para a coluna
O fogo tem sido uma arma usada contra povos e comunidades tradicionais como parte do processo de grilagem, diretamente associado ao desmatamento, o que tem beneficiado o agronegócio e a mineração. Se, antes, as áreas públicas eram os maiores alvos, hoje, as terras indígenas se tornaram um dos objetivos principais.
Por Ilka Oliva Corado
Desde os tempos da ditadura, por gerações, ouvimos que “em boca fechada não entra mosca”. Será por isso que morremos pela boca e nos tornamos tão descarados e sem vergonha assim? Porque não se trata do medo pelo que os nossos avós viveram na ditadura, mas, sim, de ignorar a violência sofrida pelos povos originários, que sempre foram vistos como serviçais dos mestiços urbanos. Foram os povos indígenas os mais espancados, os mais empobrecidos, os mais explorados ao ponto de “ter o couro arrancado”, os que mais foram vítimas de assassinatos em massa.
Foto: Jorge Nogueira
Numa altura em que os saharauis, cansados de esperar pelo direito internacional e as promessas das Nações Unidas, voltam a pegar em armas, recordo a última vez que estive com um povo deixado no meio do deserto a quem roubaram a terra.
Por Nuno Ramos de Almeida
Submission Deadline: All manuscripts should be submitted for consideration by December 31, 2021.
The global environmental crisis is intertwined with the crisis of social and economic inequality. From coal plants to palm oil plantations, economic activities that threaten the planet are concentrated in communities with less power and wealth. “You can’t have climate change without sacrifice zones,” writes Hop Hopkins, “and you can’t have sacrifice zones without disposable people.”1
Pesca no lago Kaptai, em Chittagong (Bangladesh). No pior dos cenários, em que não se consiga conter o aquecimento global, o estudo adverte que o nível de emissões atual conduziria a um aumento de até cinco graus nas montanhas e uma perda de dois terços de suas geleiras até 2100.ALEX TREADWAY / ICIMOD
Por Jamil Chade