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O artigo apresenta uma pesquisa sobre o Parque Natural do Fogo, na ilha do Fogo, em Cabo Verde, tendo como foco as sociocosmologias caldeirenses. A pesquisa etnográfica foi realizada em Chã das Caldeiras, na qual explorei alguns contextos cosmopolitas onde o cosmos e a política não estão isolados. A criação do referido parque foi mediada por um conjunto de conceções tecnocientíficas e burocracias administrativas que se detêm apenas nos riscos e “recursos” e que bloqueiam a relação ontológica singularizante do caldeirense com o cosmos. Após análise dos dados levantados, constatei que tanto o vulcão como as plantas, animais e outras entidades não são percebidos pelos caldeirenses como elementos distantes deles, mas, pelo contrário, como elementos que com eles se relacionam. Há uma grande relação entre seres humanos e não humanos que não foi levada em conta aquando da implementação do referido parque, o que pode levar ao fracasso de algumas medidas e ações que vêm sendo implementadas.