Foto: Molly Bergen/WCS/WWF/WRI/Flickr (CC BY-NC-ND 2.0)
9 de dezembro de 2024, 14h00
Sala 2, CES | Alta
É possível colonizar a atmosfera? Esta sessão pretende discutir sobre a mercantilização do clima, olhando com atenção para o mercado de compra e venda de créditos de carbono. No contexto das florestas, tais mecanismos têm sido denunciados pelos movimentos territoriais e indígenas por serem vazios ou fracos em processos participativos comunitários, por não distribuírem o crédito gerado, e por incutir sanções aos povos que vivem da floresta, que são impedidos de acessar os bens naturais as quais têm vida, cultura e subsistência atreladas. Os textos apresentados refletem sobre a colonialidade da conservação e como a lógica de tais projetos muitas vezes reproduz o modelo de produção que deu origem ao problema climático que vivemos, transforma o carbono em uma nova grande commodity, e relega as florestas (e sua capacidade orgânica de regular o ar do planeta) a espaços vazios, objetos de uma política extrativista, como recursos a serem explorados e esgotados, ou como recipientes de carbono intocáveis.
Leituras
Okereke, C., & Dooley, K. (2010). Principles of justice in proposals and policy approaches to avoided deforestation: Towards a post-Kyoto climate agreement. Global Environmental Change,20(1), 82–95
Simone Lovera‐Bilderbeek & Souparna Lahiri, 2021. "Addressing power imbalances in biosequestration governance," Global Policy, London School of Economics and Political Science, vol. 12(S1), pages 57-66, April.
Dockstader, Sue. 2024. An accumulation of catastrophe: A political economy of wildfire in the Western United States. PhD Dissertation. University of Oregon
Inscrição gratuita, mas obrigatória
Coordenação: Flora Pereira da Silva