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Library A MINHA VOZ - Narração de Sofrimento de Comunidades reassentadas em Tete

A MINHA VOZ - Narração de Sofrimento de Comunidades reassentadas em Tete

A MINHA VOZ - Narração de Sofrimento de Comunidades reassentadas em Tete

Resource information

Date of publication
July 2015
Resource Language
Pages
22
License of the resource

As comunidades que  vivem  a  experiência  do  reassentamento  involuntário  e  de  contacto  com projectos de mineração de carvão em oito localidades da Província de Tete, abrangendo os distritos de Moatize e de Marara, juntaram-se ao longo de dois dias, na última semana de Julho,  para  partilharem  suas  vivências,  na  perspectiva  das  suas  condições  de  vida, determinadas  pela  actividade  mineira  naquela  região  do  nordeste  de  Mocambique. 

A iniciativa  envolveu  comunidades  das  localidades  de  Cassoca,  Chissua,  ʺ25  de  Setembroʺ, Catete, Bagamoyo, Cateme, Mwaladzi e Nchenga, todas situadas em zonas abrangidas por actividades  de  exploração  de  carvão  mineral,  envolvendo  três  empresas  estrangeiras, nomeadamente:  a  V ale  Moçambique  (Brasil),  a  Jhindal  e  a  ICVL  (India). Na base de uma metodologia inovadora, envolvente e participativa, os afectados narraram individual  e  informalmente  a  sua  experiencia  quotidiana,  no  processo  de  transições onturbadas,  dos  modos  de  vida  naturais  nas  respectivas  localidades  de  origem,  ou anteriores à chegada das mineradoras, para a reinserção social  e económica nas zonas de reassentamento.

Esta metodologia, através da qual comunidades com experiencias de vida particularmente difíceis  dão,  a  respeito,  o  seu  testemunho  espontâneo,  tem  o  potencial  de  ajuda-las  a  apurar melhor o seu conhecimento da sua realidade e reavivar a sua auto-estima. A metodologia, desenvolvida pela Bench Marks, uma ONG sul-africana de baseada na fé, foi agora aplicada em Tete, numa iniciativa envolvendo três organizações: a Associação de Apoio e Assistência Jurídica as Comunidades de T ete (AAJC), o SEKELEKANI, a Steel Workers Union, uma central sindical da aérea metalúrgica do Canadá, e a própria Bench  Marks.

Os meios escolhidos para através deles as comunidades registarem as suas  ʺnarrações de sofrimentoʺ,  foram  um  programa  de  radio  e  um  jornal,  a  que  os  autores  intitularam  PENHANI (Abre  os  olhos).  Quando,  no  final  do  processo,  os  participantes  ouvem,  através  deamplificadores de som, em locais públicos, as suas vozes, e vêm, no jornal,  as suas imagens, elas  recuperam o  seu  sentido  de  dignidade  e  de  auto-estima,  apreendendo  melhor a  sua realidade  social  e  económica  e,  consequentemente,  o  seus  direitos  humanos  básicos.

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