FAO destaca exemplos de manejo florestal sustentável na América Latina | Land Portal

Foto: Mizzou CAFNR - Licença CC

O relatório O Estado das Florestas no Mundo 2022 analisa como Argentina, Brasil, Colômbia, Guatemala, Peru e outros países da região avançaram em iniciativas sustentáveis e resilientes.  

Santiago, Chile - O Estado das Florestas no Mundo 2022 (SOFO) –lançado durante o Congresso Florestal Mundial na Coréia– destaca exemplos de como Argentina, Brasil, Colômbia, Guatemala, Peru e outros países da América Latina optaram pela restauração de suas florestas, adotando sistemas agroflorestais para transição de culturas, reduzindo o desmatamento e fazendo concessões de terras a pequenos proprietários e povos indígenas.  

A publicação indica que árvores, florestas e silvicultura sustentável podem ajudar o mundo a se recuperar da pandemia da COVID-19 e combater crises ambientais iminentes, como mudanças climáticas e perda de biodiversidade.  

O documento propõe três maneiras de fazê-lo. 

A primeira é deter o desmatamento e manter as florestas para evitar emissões significativas de gases de efeito estufa. A segunda é restaurar terras degradadas e expandir a agrossilvicultura, enquanto a terceira é o uso sustentável das florestas existentes e a criação de cadeias de valor ecológicas que ajudariam a atender a demanda futura por mais materiais renováveis. 

Histórias de sucesso na região 

O Estado das Florestas no Mundo 2022 destaca exemplos de como os países latino-americanos possuem iniciativas que apontam para práticas mais sustentáveis e resilientes. 

Na Argentina e no Brasil, a produtora e exportadora de papéis para embalagens, Klabin, adotou o conceito de restauração em mosaico para seu manejo florestal sustentável, por meio de plantios intercalados com áreas de florestas nativas e títulos verdes que representam oportunidades de financiamento. Foram certificados 229.000 ha de plantações florestais e 215.000 ha de florestas nativas reservadas para conservação. 

No Brasil, os agricultores de Tomé-Açu, na Amazônia oriental, desenvolveram um modelo agroflorestal liderado por agricultores conhecido como SAFTA, um sistema agroflorestal de transição que inclui cultivos anuais de curto prazo, cultivos perenes de médio prazo e espécies de árvores frutíferas e madeireiras a longo prazo. Embora o SAFTA possa assumir muitas formas, geralmente é baseado em uma combinação de 1 a 3 cultivos comerciais valiosos (por exemplo: cacau, cupuaçu, pimenta-do-reino e açaí) e a produção de óleos, resinas e madeira. 

Na Colômbia, o governo incluiu em seu plano nacional de desenvolvimento 2018-2022 a meta de estabelecer acordos de desmatamento zero para cinco cadeias de valor agrícola: óleo de palma, carne bovina, laticínios, café e cacau. O objetivo é garantir desmatamento bruto zero até 2025 nessas cadeias de valor. Uma parte já significativa e crescente do mercado nacional para os cinco produtos básicos é abrangida pelos acordos, incluindo, por exemplo, 15 empresas produtoras de café que dominam 90% do mercado nacional e seis empresas que representam 85% do mercado de cacau. 

Na Guatemala, houve um compromisso de investir na silvicultura de pequena escala como forma de impulsionar a economia rural e a recuperação sustentável. Em 2010, o Congresso da Guatemala criou o Programa de Incentivos Florestais para Pequenos Produtores, com o objetivo de permitir que pequenos produtores participem do manejo florestal sustentável por meio de pagamentos em dinheiro. Os investimentos ajudaram a estabelecer e manter mais de 139 mil hectares de florestas naturais, plantações florestais e sistemas agroflorestais; elas beneficiaram 300 mil famílias e criaram uma média de 5.900 empregos por ano. Aproximadamente 46% dos beneficiários são famílias indígenas, dos quais 43,4% são mulheres. 

No Peru, uma política nacional de concessões agroflorestais concede direitos fundiários a pequenos proprietários que invadiram terras florestais antes de 2011 com a condição de que conservem e manejem florestas de forma sustentável e estabeleçam agroflorestas. A titulação realizada na Amazônia peruana, da qual participaram mais de 1.200 comunidades de povos indígenas, resultou em uma redução significativa da extração ilegal de madeira e melhorias na conservação florestal em dois anos. 

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