"Quanto à minha jurisdição, não haverá delimitação de terras indígenas", disse, em entrevista ao canal Bandeirantes, o futuro chefe de Estado brasileiro, que considera os territórios reservados à população indígena "demasiado grandes", mas reconhece que "a lei não permite" que ele modifique as terras já alocadas.
Segundo Jair Bolsonaro, "os índios não podem ser confinados a uma reserva, como um animal num zoológico", acrescentando que os povos indígenas poderiam reivindicar outras terras, sem que estejam delimitadas pelo Estado.
“[Os índios] são um ser humano como nós. Querem empreender, querem luz elétrica, querem médico, querem dentista, querem um carro, querem viajar de avião", disse o Presidente eleito da extrema-direita.
No ano passado, o ex-militar do Exército já tinha dito que não cederia um centímetro a mais de terra aos índios que reivindicam a demarcação dos seus territórios ancestrais.
Jair Bolsonaro, de 63 anos, viaja hoje para Brasília, capital do país, naquela que será a sua primeira viagem desde a eleição, para se preparar para o processo de transição do governo, antes de assumir o cargo em 01 de janeiro.
Cinco membros do seu futuro governo já foram revelados, entre eles o juiz da Operação Lava Jato, Sergio Moro, escolhido para ocupar o "super-ministério" da Justiça e Segurança Pública.
Em entrevista ao jornal Bandeirantes, o Presidente eleito reafirmou que o juiz Moro terá total liberdade para combater a corrupção e o crime organizado.
No entanto, Bolsonaro deixou claro que terá voz ativa em algumas questões que considera prioritárias, como permitir o uso e porte de armas pela população.
"Eu nunca dormi sem uma arma de fogo comigo", referiu o Presidente eleito.